Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.
(Clarice Lispector – 1971)
terça-feira, 24 de abril de 2007
Tanto amor
À noite chego em casa e teus olhos me recebem famintos.
Quero dizer algo, mas as palavras não chegam até minha boca. E não há tempo.
Sinto dilacerar a carne quente. Um animal me devora com fúria.
Não há tempo de gritar, nem pedir socorro. E nem pediria... O mundo corre lá fora e para mim, o tempo para.
Sinto-me deusa, mulher, bicho, anjo, puta...
Depois olho para o céu escuro e respiro. Sinto a brisa em meus cabelos. Se eu fumasse, certamente ascenderia um cigarro...
E penso que às vezes, não sei bem o que fazer com tanto amor...
(Lia Iksonaj)
Quero dizer algo, mas as palavras não chegam até minha boca. E não há tempo.
Sinto dilacerar a carne quente. Um animal me devora com fúria.
Não há tempo de gritar, nem pedir socorro. E nem pediria... O mundo corre lá fora e para mim, o tempo para.
Sinto-me deusa, mulher, bicho, anjo, puta...
Depois olho para o céu escuro e respiro. Sinto a brisa em meus cabelos. Se eu fumasse, certamente ascenderia um cigarro...
E penso que às vezes, não sei bem o que fazer com tanto amor...
(Lia Iksonaj)
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Unhas vermelhas
Ela pintou as unhas com esmalte vermelho, para sentir-se mais atraente, mas nada aconteceu.
E esperou... ela esperava pacientemente...
As horas passavam lentamente.... A espera, às vezes é irritante.
Talvez ela esteja cansada de esperar.
Talvez ela continue pintando as unhas de vermelho.
Porque ela gostou da experiência de sentir-se atraente. E, de agora em diante, não quer mais “esperar”.
(Lia Iksonaj)
E esperou... ela esperava pacientemente...
As horas passavam lentamente.... A espera, às vezes é irritante.
Talvez ela esteja cansada de esperar.
Talvez ela continue pintando as unhas de vermelho.
Porque ela gostou da experiência de sentir-se atraente. E, de agora em diante, não quer mais “esperar”.
(Lia Iksonaj)
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Estamira
Estamira é a figura mais real e verdadeira que já vi até hoje. Todos na vida deveriam conhecê-la. Deveriam aprender com ela. Esta mulher está à frente de muitos seres humanos. Há uma contundência dolorosa em seus discursos. Todos verdadeiros, puros. A sujeira é necessária para purificar. Os poros abertos como crateras para o invisível, que só é invisível aos olhos. É o grande "trocadilho" da vida.
(Lia Iksonaj)
visite o site: www.estamira.com.br
(Lia Iksonaj)
visite o site: www.estamira.com.br
Dizer o que se pensa...
Ela acordou com uma ansiedade incomum, quis telefonar e pensou em dizer: "Vamos nos encontrar logo, estou morrendo de saudades, preciso te ver, olhar nos seus olhos, saber o que você tem feito, o que anda pensando, como está sua vida, sorrir e por fim... te abraçar, te colocar no meu colo, beijar de leve seus lábios... No fundo eu queria te beijar e ser beijada por você, com toda a fúria do desejo que carrego comigo em silêncio. Quanto tempo faz que não nos encontramos? Estamos perdidos nesta cidade. Agora precisamos nos encontrar e talvez não ficaremos mais perdidos. Quero me perder com você". Mas, obviamente, não disse nada disso, nem sequer telefonou.
Se todos realmente dissessem o que pensam, imaginem como seria...
Às vezes nos podamos com as palavras e não dizemos certas coisas, ou para não causar transtornos, ou para não assustar as pessoas, ou simplesmente para disfarçar a realidade. A verdade é que vivemos num mundo de ilusão. Todos estão iludidos, seja pelas inúmeras materialidades ou seja pelos sentimentos equivocados.
Não quero ilusões. Quero realidades. Não quero calmaria. Quero paixões. Não quero a hipocrisia. Quero verdades.
(Lia Iksonaj)
Se todos realmente dissessem o que pensam, imaginem como seria...
Às vezes nos podamos com as palavras e não dizemos certas coisas, ou para não causar transtornos, ou para não assustar as pessoas, ou simplesmente para disfarçar a realidade. A verdade é que vivemos num mundo de ilusão. Todos estão iludidos, seja pelas inúmeras materialidades ou seja pelos sentimentos equivocados.
Não quero ilusões. Quero realidades. Não quero calmaria. Quero paixões. Não quero a hipocrisia. Quero verdades.
(Lia Iksonaj)
Na rua...
Noite. Uma mãe cobre carinhosamente seu filho com um cobertor velho em algum lugar, na rua. O que dizer para esta criança? Ela diz uma oração cheia de esperança, mas o que fazer com esta esperança num país como este? No que esta criança inocente se tornará? Existe um descaso absurdo entre as pessoas. É mais fácil fingir que não está vendo, que aquilo não é sua responsabilidade, ou simplesmente abstrair e seguir adiante. Enquanto para alguns, o problema é o cara que entrou na frente da vaga no estacionamento do shopping, para outros é conseguir ter uma vida no mínimo digna, ter um teto para morar, um documento de identidade, uma família... triste.
(Lia Iksonaj)
(Lia Iksonaj)
Assinar:
Postagens (Atom)