À noite chego em casa e teus olhos me recebem famintos.
Quero dizer algo, mas as palavras não chegam até minha boca. E não há tempo.
Sinto dilacerar a carne quente. Um animal me devora com fúria.
Não há tempo de gritar, nem pedir socorro. E nem pediria... O mundo corre lá fora e para mim, o tempo para.
Sinto-me deusa, mulher, bicho, anjo, puta...
Depois olho para o céu escuro e respiro. Sinto a brisa em meus cabelos. Se eu fumasse, certamente ascenderia um cigarro...
E penso que às vezes, não sei bem o que fazer com tanto amor...
(Lia Iksonaj)