Definitivamente, não se pode ter tudo, pensou ela ao deitar-se para dormir naquela noite. Chovia...
Depois de um longo período afastados, finalmente reencontraram-se. Trocaram algumas poucas palavras, sem aprofundar a conversa. Olharam-se discretamente. Foi tão rápido que nem deu tempo de um suspiro!
Por fim, ela despediu-se e saiu com o coração acelerado. Era melhor assim. Ele ficou. Um instante e nada mais. O que estava calmo e adormecido, estremeceu. Pela manhã, novamente chuva. O doce frescor da chuva para acalmar o coração dos suicidas apaixonados. E assim, ela decidiu matar, por fim. Se matar. Matá-lo. Tocava uma canção no rádio, triste e singela, como aquela manhã. Ela correu em direção à sua vida normal de todos os dias. E deixou para trás o que não se pode ter: tudo...
(Lia Iksonaj)